Hong Kong. 33 graus - 7am!




Enviado por Samsung Mobile

Já em Hong Kong

Dia 31. 
23h horário local, meio dia no Brasil. 
Animal a cidade! 
Mais novidades, em outro momento. 
Viagem cansativa. A polícia do aeroporto de Pequim faz questão de NÃO deixar saudades...



Bye, Mao. Alô Hong Kong!

30-7, 18:40 em Pequim, fazendo as malas para Hong Kong. Voo amanhã ao meio dia, sendo o único voo (até agora) que não faz parte da passagem ROUND THE WORLD que compramos da Star Alliance (ou seja, bilhete bem econômico, apertado, limite estreito de bagagem e vamos que vamos!).

 

Foram 5 noites em Shanghai e quase uma semana em Pequim. Tem sido ótimo passar bastante tempo nas cidades. Por mais que demoremos a aprender, uma viagem com a duração da nossa exige um ritmo mais equilibrado, mais lento. Foi ótimo inclusive alugar em Pequim um apartamento grande, com máquina de lavar roupa, geladeira, sala e por ai vai. Vamos repetir a dose em Bangkok, cidade também servida por esse mesmo produto da rede Marriott

 

Deixar a China é um alívio sob vários aspectos. O país tem muito a ser visto, muita história, muito conteúdo, mas como já disse em post anterior, eles não querem o turista do ocidente por aqui. Fala-se pouco inglês, o esforço para ajudar é pequeno ou nulo e as restrições à Internet prejudicam o uso de tecnologia para superar as barreiras de língua. Há exceções. Um ou outro taxista ou garçom que faz algum esforço para ajudar, mas a grande média é de empáfia com o não asiático.

 

Foi muito bom ver a China com os próprios olhos, é uma verdadeira ebulição. O jornal de ontem dizia com lamúria das regiões que reportarão um 1º semestre de crescimento abaixo de 2 dígitos. Tudo é colossal e cresce de maneira galopante. E, como desigualdade é um tema em moda, aqui é a Terra Prometida das diferenças estratosféricas.

 

Algo que não imaginamos no Brasil: a China é muito barata em serviços, mas as mercadorias são caras, mesmo sendo feitas aqui. Um tênis Nike, um iPad, uma cueca, um relógio simples ou de luxo, tudo, aqui tudo é muito caro (2 a 5 vezes o preço nos EUA), graças, claro, a impostos. O partidão quer manter os gastos sob controle. O país produz as mercadorias que o planeta todo quer comprar, mas o taxista chinês atravessa a cidade mais cara do país e a corrida dá 15 reais. São hordas de chineses VENDO o consumo, mas sem acesso a ele.

 

Uma cena que explica páginas e páginas sobre o povo chinês: a caminho da Praça da Paz Celestial, cada travessia de semáforo tem 500 pessoas e, MESMO ASSIM, os carros passam no sinal vermelho. E os pedestres não se incomodam! É um “cada um por si” mais institucional do que o individualismo pernóstico do Brasil.

 

O país é ateu. Longe de mim querer abrir qualquer discussão religiosa, mas um país desse tamanho sem religião é curioso. Independente da crença, a prática religiosa gera rudimentos de socialização. No Brasil tem gente que tenta sacanear os outros, esnobar e tirar vantagem o tempo todo, mas PELO MENOS domingo de manhã vai à igreja fingir que é simples, educado e bom irmão. Aqui na China, nem isso existe.

 

Outro ponto em comum na agenda local – e ausente na do brasileiro – é a tensão com uma possível tragédia externa: climática ou geopolítica. Ouvi a recomendação com uma naturalidade quase monótona: “vá de trem para Pequim pois deve chegar um tufão amanhã e fechar tudo”. Ontem ouvi outra, também com extrema frieza. “seu voo é para Hong Kong, então os testes de armação militar ao leste não vão te prejudicar”.

 

Serão 3 horas de voo até Honk Kong, mas as diferenças entre as regiões são de séculos... Hong Kong e Macau são as chamadas Regiões Administrativas Especiais, uma concessão chinesa que permite que dois territórios do país tenham autonomia, leis próprias e... (argh) CAPITALISMO.

 

Hong Kong tornou-se domínio inglês após a primeira Guerra do Ópio, em 1842. A Inglaterra foi impedida de vender na China o seu ópio produzido na Índia e atacou os chineses. Vencida a guerra, a concessão de Hong Kong foi uma das indenizações aos vencedores, conforme o Tratado de Nanquim. A região foi do Japão durante a Guerra do Pacífico (etapa da 2ª Grande Guerra) e voltou à China em 1997 com um tratado mútuo de autonomia. O fato é que, enquanto na China de Mao se passava fome, a Hong Kong britânica tinha tantos Rolls Royce quanto Londres. Hoje, Hong Kong tem o quíntuplo do PIB per capita da China e está quase entre os 10 IDH do mundo.

 

 

China

Hong Kong

Macau

População

1.336.612.968

7.184.000

591.000

Área (Km2)

9.596.961

1.104

28

Pib per capita – U$

10.253

52.687

77.353

IDH (ranking mundial)

100º

13º

28º

Dados: Wikipedia

 

Estou bem curioso para ver isso de perto! Mais detalhes nos próximos dias, em Hong Kong, que será sede também do meu aniversário...

 

 

Abaixo fotos da minha “despedida” há pouco, na gigantesca e cinzenta Praça da Paz Celestial.

 

 

Um dos poucos coloridos da portentosa Praça da Paz Celestial.

 

Toda a China na Praça.

 

 

Guerra.

 

Impossível uma foto que mostre o tamanho da Praça (um dos lados tem quase 900m).

A névoa é poluição, com cerca de 36 graus. Dureza.

 

Cena bacana na saída da rampa de acesso à praça.

 

 

Mesmo com 36 graus e umas mil pessoas na frente, não podia deixar de ir me despedir do Mao!

 

 

 

 

DIVINA MURALHA!

 

 

Turista Ocidental: a China não quer você

(essa é mais uma postagem por e-mail. Como alguns sites são bloqueados na China e o Blogger é um deles, só temos essa opção para postar – enviamos um e-mail, mas não temos como abrir o blog aqui...).

 

Fazer turismo na China não sendo chinês não é fácil. Já estivemos em países com línguas absolutamente incompreensíveis para nós e foi tudo MUITO mais fácil.

 

Você acaba se virando, mas fica uma impressão de que o pessoal aqui não está nem ai para os turistas de fora.

 

A falta de empolgação dos chineses com turistas não asiáticos me levou a fazer algo que não resisto – procurar dados. E os dados mostram que o turismo não asiático à China é irrelevante.

 

A China tem um mercado de 129 milhões de turistas por ano, sendo apenas 26 milhões estrangeiros. Desses, apenas 4 milhões são de países que falam inglês. A soma de visitantes que falam alemão, frânces ou espanhol não passa de 1 milhão.

 

Um alerta interessante. Tudo na China está crescendo espantosamente, mas O TURISMO NÃO. O país recebeu 26 milhões de turistas estrangeiros em 2013 e havia recebido 27,2 no ano anterior.

 

61% dos turistas estrangeiros que vem à China são asiáticos. 4 milhões da Coréia do Sul, 2,9 milhões do Japão e 2,2mm da Rússia. Se somarmos países ricos e que falam inglês (EUA, Austrália, Canadá e Reino Unido), são 4 milhões de turistas, apenas. Esse povo viaja para tudo que é lugar, consome muito, e só isso visita a China.

 

Os aeroportos e estações, de forma geral, são preparados, mas as ruas, mapas, atrações turísticas, restaurantes e táxis não têm a menor condição de receber turistas. Uma solução que quebra o galho em qualquer lugar do mundo é o Google Maps em um celular com GPS, mas aqui não funciona por causa das restrições à Internet... O Waze tem lampejos, funciona de vez em quando.

 

Quando perguntei a um agente de turismo como foi esse mercado durante as Olimpíadas de 2008, ele disse que foi muito fraco pois não queriam muita gente de fora por aqui. Essa é a impressão que fica.

 

A atitude do povo é mista. Alguns tentam ajudar e se socializar com os ocidentais, mas ontem mesmo, um motorista de táxi nos botou para fora pois não entendeu o mapa feito pelo hotel – um mapa em chinês, feito para taxistas locais. Sem falar que nosso hotel fica a 500 metros da Cidade Proibida e na rua comercial  mais movimentada de Pequim! O tio não entendeu e nos expulsou do carro, aos berros.

 

Juliana e eu não nos impressionamos muito e nos viramos, mas usamos e recomendamos algumas armas.

 

Primeiro, não ter constrangimento de negar a adesão à cultura local. Eu vou tentar experimentar todas as culturas locais que eu for, mas não vou me sujeitar a qualquer coisa por isso não! Comida aqui nós já meio que desistimos. Tentamos, tentamos, mas ontem foi Burger King com amor.

 

Segundo, fique em um hotel de rede ocidental 5 estrelas, e é barato. Estamos em um Marriott colossal, o apartamento tem uns 100 metros quadrados e a diária é coisa de 100 dólares. Tem uma piscina linda, academia, você se sente um pouco em casa. Ajuda muito também ir a um bom mercado e fazer uma compras.

 

Terceiro, use e abuse do TripAdvisor, pois ali tem a experiência de pessoas ocidentais que fizeram as mesmas coisas.

 

Quarto, planeje bem o seu dia. Estou acostumado a “ter uma ideia” do que fazer no dia e ir se virando, procurando no caminho o que comer. Aqui não. Melhor sair com um roteiro quase hermético de coisas já pesquisadas, pois as opções palatáveis são poucas e as ferramentas de pesquisa são ruins.

 

Uma última, que já aconteceu conosco em outras viagens – se não estiver gostando, faça as malas e vá embora, sem constrangimento! Tem custos, tem inconvenientes, mas férias são sagradas. Estamos gostando da China mesmo com esses inconvenientes – e sabendo que nossa passagem aqui é curta. Eu não faria uma viagem de 30 ou 60 dias por aqui, explorando o país todo. Tem muita coisa para ver, muita história, mas eu não gosto de ficar muito tempo em um local que, aparentemente, não sou bem vindo.

 

A fonte dos dados sobre o turismo é http://www.travelchinaguide.com/tourism/2013statistics/inbound.htm

 

 

 

Praça da Paz Celestial e Cidade Proibida. Na provável maior atração turística da China, tudo em chinês. Estivemos em um Centro de Turismo, local tradicional para pegar mapas, e até lá os mapas não tinham versões em inglês!!!

 

 

Fazer umas compras ajuda a conviver com as diferenças.

 

 

Se você tentou e não conseguiu, Burger King neles.

O voo "transpacífico" (post atrasado!)

Já faz uma semana que fizemos o voo Los Angeles – Shanghai e já estamos em Pequim, mas esse voo merece um registro especial.

 

Foi a primeira vez que atravessamos o Pacífico. Foi o voo mais longo que já fiz (14 horas). E o mais complexo em termos de fuso. Com a duração de voo e fuso, saí do avião 28 horas depois da chegada.

 

Fizemos com a United e, saindo de Los Angeles, aonde “jogam em casa”, deram show no serviço. Percebi que foram generosos com o vinho para deixar todo mundo com sono.

 

As aeromoças morrem de orgulho de voar no Boeing 787 Dreamliner, o primeiro avião desenvolvido após o 11 de setembro e com várias inovações tecnológicas. É o maior sucesso comercial da indústria aeronáutica mundial em todos os tempos.

 

Perguntei a uma das aeromoças acostumada a voar para a Ásia como ela faz para se adaptar ao fuso e ela disse que “não faz”, simplesmente dorme quando dá sono, independente de ser dia ou noite. Adorei a resposta.

 

 

Aeroporto de Los Angeles. Velhão, precisa de uma tinta.

 

 

Aqui dá para ver a diferença de fuso entre as duas cidades...

 

 

A United fez um menu asiático e, até agora, é a melhor comida asiática que provei na viagem...

 

Com umas 9 horas de voo, serviram uma sopa. Já tinha gente andando, de tédio.

 

Esse aviãozinho é legal no começo, mas depois de umas horas, dá raiva, ele não anda...

 

Pode ser uma cama, uma suíte presidencial, mas o sono nunca é bom.

 

Fatiando o Japão.

 

 

Café da manhã.  Já acostumando com umas esquisitices.

 

Chegou. Um China ai de trás soltou um arroto monstro...

 

Era umas 16h30 em Shanghai e estava uns 35 graus...

 

Fantástico aeroporto de Pudong. Imigração e malas em menos de 20 minutos.

 

 

Ai começou a brincadeira.

 

 

Esse é animal, o Maglev, um trem que leva do aeroporto ao centro de Shanghai a 300 por hora. Uma viagem de uns 40 km ocorre em coisa de 8 minutos. Barato, fácil de achar, de comprar...

 

 

Táxi do ponto final do Maglev ao hotel. A melhor maneira de lidar com as grandes cidades é pegar o transporte rápido do aeroporto ao centro e terminar de chegar de táxi. Ninguém no planeta merece o tormento de pegar ônibus ou metrô depois de voar por horas... Essa economia é porca.

 

Termômetro de Shanghai.

 

É sempre bom ter noção do preço do táxi antes da viagem. Uma boa maneira de saber é perguntar para o hotel. Essa eu sabia que deveria custar uns 60 yuan (cerca de 20 reais) e o bonitão tentou me cobrar 200. Pelo cansaço, entreguei uma nota de 100 e me mandei.

 

 

 

Chegada!

 

Vista da Bund (compensou todo o cansaço).

 

Um macete de viagem, meio malandragem mas que não mata ninguém, é escrever ao hotel dizendo que a viagem é lua de mel. Não é incomum isso virar uma garrafa de vinho, ou jantar, ou esse delicado bolo que o pessoal do hotel de Shanghai mandou!

 

 

Fizemos esse voo em 20 de julho e estou escrevendo no dia 26. Ainda não estamos 100% ok com o horário. A viagem para a Ásia não é mole. Olhando agora, fazer o voo de dia pela United foi bom, pois não deu para dormir bem no avião e chegamos cansados – mas de noite em Shanghai, e ai dormirmos. Se você sair de noite, vai dormir, chegar descansado – de noite, e sem sono!

 

Em breve, um novo post sobre a viagem de trem de Shanghai a Pequim. Tínhamos o avião comprado, mas desistimos para vir de trem. E valeu a pena.

 

Primeiras de Pequim

Sem tempo agora para escrever, mas aqui vao algumas fotos dos primeiros momentos em BEIJING!

 

Cidade menos preparada para o turismo do que Shanghai...

 

Sim, já vimos o espetinho de escorpião. Não, nem chegamos perto.

 

O melhor momento foi andar com esse tio louco pelos becos, buzinando e atropelando todo mundo. Quando sairmos da China, creio que poderei postar um filminho.

 

Mais novidades em breve!

 

(enviada em 26-7 - 18h10 horário Pequim)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comida: desistimos rápido

Quando via as imagens de gente comendo espetinhos de escorpião na China, sempre olhava com bom humor e acreditava no espírito aventureiro, de provar as coisas.

Mas, definitivamente, treino e treino e jogo é jogo. A comida chinesa é, para o ocidental médio, desagradável em vários aspectos. Cheiro, estética, tempero, dificuldade em pedir, atendimento.

Não cabe aqui nenhum tipo de julgamento. A China teve mais de 50 milhões de mortos de fome em pleno século XX. São culturas diferentes, não tem melhor e nem pior. E até por isso, ninguém tem obrigação de gostar da cultura alheia.

Ficamos em um hotel muito bom em Shanghai, com café da manhã ocidental e uma ala de comida local. Fui lá com muito boa vontade no primeiro dia, peguei o que me pareceu mais atraente, mas, não consegui achar nada bom.

Ainda no primeiro dia, fomos almoçar em um shopping center e comemos em uma rede local, em praça de alimentação, e ai aparecem os choques culturais. Uma sobremesa de chocolate, por exemplo, tinha muito gosto de chá, pois o chá aqui é tudo – e está em tudo.

Li e reli sobre a comida chinesa, pesquisei os pratos mais atraentes, mas nada toca muito o nosso paladar.

Juliana está sofrendo com o cheiro e já criou um bloqueio com a comida local. Há um ovo cozido local com uma gosma preta que os chineses comem muito e está em todos os locais. Imagine uma loja de conveniência pequena, com ar condicionado ligado e esse ovo gosmento cozinhando...

Vamos continuar tentando, mas temos usado muito o maior amigo do viajante moderno – Tripadvisor. Comemos em restaurantes italianos e franceses fantásticos. Provei, quem diria, o melhor bacalhau da minha vida e um dos melhores hambúrgueres em Shanghai.

 


O ovo podre e gosmento, presente em todas as lojas da cidade exalando um cheirinho...


Café da manhã, 1º dia, experiências. Meu dia de Andrew Zimmer. Provei tudo e não gostei de nada.

 

Goodfellas, restaurante italiano ao lado do hotel. No TripAdvisor aparecia como o 2º melhor de 12.000 restaurantes da cidade. Como bons brasileiros, conhecemos bem os restaurantes italianos e podemos dizer que esse não é graaande coisa, o que mostra que o povo quer mesmo é comida ocidental!

 


Café do hotel. Atrás de mim, o buffet de comidas chinesas.


Viva o Ocidente!


Como a comida é vendida nas ruas.

 


Almoço em uma praça de alimentação local. Noodles com açafrão, carne e chá verde. Estava bom, mas muito forte – e atacou o estômago.


Um sushi normal, esse não teve erro. Mas os asiáticos usam pouquíssimo shoyu. Essa coisa de “mergulhar” é adaptação nossa.


Apesar de bonita, a sobremesa estava ruim pois tudo tinha gosto de chá.

Restaurante francês do Mandarim Oriental, em Pudong. Fantástico. Caro, mas fomos no almoço e ai é viável (menu de almoço).

Esse bacalhau (pedido da Juliana) foi, sem dúvida, o melhor que já comi na vida.


Cordeiro com massa. A carne vem da Nova Zelândia.


Chá. A única adaptação necessária é adoçar um pouco, mas o chá é uma delícia.




Menu com fotos na Cidade Velha, região mega turística.


Viva o Ocidente de novo! Um hambúrguer em um restaurante francês chamado Cuivres. O restaurante infelizmente estava fechado no almoço, mas eles têm uma hamburgueria fantástica. Tudo achado pelo TripAdvisor.

 


Café da manhã pouco antes de escrever esse post. Essa fruta intrusa e tão admirada pelo meu amigo Rafa Prada tem gosto de... kiwi salgado.

 

abcs